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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Tecnologia e os pequenos...


     A internet atravessou fronteiras, dissolveu barreiras culturais, penetrou bloqueios políticos, vaporizou diferenças sociais e cresceu mais rápido e em todas as direções, superando as expectativas do futuro planejado nos séculos passados e as certezas tecnológicas. Qualquer conhecimento ou informação está disponível com o apertar de um botão e todos podem ter acesso com liberdade.

"Meu filho já sabe mexer no Ipad! É tão bonitinho!" - Esse é um descurso que ouvimos com freqüência durante as consultas. 


     De olhos e mãos grudados nas telas, a nova geração cresce mais informada. Por outro lado, a tecnologia costuma deixar uns mais distantes dos outros. Nós especialistas, ainda estamos longe de um consenso sobre os efeitos dos eletrônicos nas crianças pequenas, mas todos recomendam equilíbrio. Alternar os momentos online com brincadeiras reais é a principal dica para evitar problemas.

     Acredita-se que não há nenhum ganho formal no uso precoce de celulares, tablets ou computadores em crianças abaixo de 2 anos de idade. Já entre as crianças com mais de 3 anos, deve-se haver um limite de uso de duas horas por dia .
     Existem operações mentais que precisam naturalmente serem feitas nessa idade e o grau de estimulação de um tablet desrespeita  essa natureza de desencadeamento da lógica. Já se sabe, por exemplo, que quanto mais você utilizar a tecnologia, piores serão suas funções cognitivas como a memória e desenvolvimento da atenção. Não somos contrários à tecnologia, mas o alerta é que se tenha o mínimo de cuidado para que essa exposição seja zelada e observada.
     Alguns estudos já mostram que o celular, da forma que vem sendo utilizado hoje, vem criando o que se chama de dependência tecnológica. Há pessoas que cada vez mais precisam ficar em contato com o celular.

     Na infância, nosso cérebro sofre um processo de amadurecimento que só é finalizado após a maioridade, aos 21 anos. A região do córtex pré-frontal é a última área a ser finalizada, e o córtex é responsável pelo nosso raciocínio lógico e também pelo controle dos impulsos, é nosso freio comportamental. No caso dos jovens, embora eles tenham acesso ao conhecimento, não conseguem diminuir o apelo do comportamento. Por isso essas questões ligadas ao impulso são muito importantes, as pessoas têm de ficar atentas para que a vulnerabilidade cognitiva do cérebro não crie problemas de adição. A tecnologia tem de estar ao nosso serviço e não ao contrário.


     O que alguns pesquisadores têm dito é que a tecnologia, do jeito que ela tem sido utilizada hoje, de forma inadvertida, está causando uma grande limitação social.


   A dica que fica é: moderação.

Fonte: Sociedade Braseira de Pediatria 



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